sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Nady aquii

~ Seu Nome  on ~

Eu tenho apenas 16 anos, desde quando eu nasci eu vivo com minha mãe e minha irmã gêmea Gabriela 16 anos em Lins – SP nunca conheci meu pai, minha vida é um saco, com certeza existem vidas melhores que a minha. Eu na verdade me considero nerd minha rotina é bem simples de casa pra escola e da escola pra casa. Ah e quando eu em casa é assim Casa> lição>dormi! E quando minha mãe não esta vendo eu escuto musica ou mexo no computador dela sem ela saber. É essa é a minha vida.  

Eu estava fazendo a lição no meu quarto por que estava de castigo , quando escuto um barulhinho  bem baixinho, comecei a procurar então percebi que era nada e continuei a estudar novamente, mas o pior é que o barulho não parou então eu resolvi levantar quando olho na janela eu vi alguém acertando pedrinhas na minha janela, olhei direito e vi era minha amiga .Desci a escada sem minha mãe perceber e fui lá fora quando vi minha amiga tava lá sentada na calçada em cima do seu skate me esperando.
Ela me disse o seguinte:
Xxx: seu nome Ta afim de i numa festa comigo hoje?
Você: Eu estava a fim de ir Nady (Esse era o apelido dela), mas minha mãe esta em casa e ela não gosta que sai por que eu estou de castigo.
Nady: Olha faz assim se arruma e sai pela janela que sua mãe nem percebe quando se sai voce so pega maquiagem essas coisa e sai pela janela pode ser ?
Você: Ta! 
Passou alguns minutos, minha mae nem nota minha presença em casa então estava tranquilo , peguei meu skate na garagem e fomos para casa da Nady que era só no quarteirão de cima da minha. chegando la peguei uma roupa dela mesmo peguei do guarda roupa dela e vesti nao era nada tao chique era so festa assim de quandtos os pais estao fora sabe : 

Nady foi assim:
Quando já estavamos prontas chamamos um taxi .

Seu nome off
~Nady on~

Fui convidada para uma festa, mas não estava a fim de ir sozinha então fui chamar minha amiga seu nome, mas na minha cabeça já sabia que a mãe dela não iai a deixaela ir comigo (então já tinha armado um plano na minha cabeça de fazer a seu nome  fugir para ir comigo na festa).

Nady off ~Seu nome on~
Chegamos na festa e Nady cumprimentava todo mundo que passava  e eu lá estava eu que não conhecia ninguém mais chego peguei um bebida la e sentei num baquinho que tinha la e fiquei olhando mexendo no celular e do nada me puxam pra conversar uma tal de Isabella junto com guri chamando Zayn. Isa estava dando a festa e zayn era irmao dela e Dj da festa, e ela veio me falar q um amigo dele estava me olhando e ele queria conversa comigo ai disse a zayn que nao era de fala com menino e era meio timida e ele falo:

Zayn: seu nome né?? bem acho se vc e meio tímida ele deve se mais que você ele pediu para min vim aqui falar com você kkk 
Seu nome: Sim kk. Então fala para ele me mandar uma menagem -pedi para zayn o celular dele e anotei o numero.
zayn: ok passo para ele .- e sai em direção ao amigo 
Isa: seu nome você sabe quem e esse menino que veio fala com vc ?? 
Seu nome: acho que ele e o dj da festa não ??
Isa: Também .. mais esquece um dia você vai saber espera e vera. 
Seu nome: nossa Isa , e posso ta enganada com algumas coisa e posso descobrir ao longo do tempo . Isa passa seu celular para gente fala mais tarde - entreguei meu celular para ela e ela anotou .
Isa: Deixa eu anotar o seu tb - ela entregou o celular dela para min e anotei o número 
seu nome: Isa me descupe mais presiso ir vo procurar minha amiga e ja vou indo festa linda parabens beijos
isa:  AAHH não vai não  pff .
seu nome : descupa mais presiso ir mesmo presiso termina umas coisa e tb eu sai escondido se minha ma e pega to frita. bjs
isa: Beijos atee
Então fui la procurar a Nady pra curtirmos a festa um pouco , e decidimos ir embora.
Seu nome off ~ Isa on
Vi Seu nome saindo lentamente e vim zayn gritando o nome dela kkk super engraçado .
Zayn: Cadê ela isa ?? 
Isa: Presisou ir .
Zayn: O meu amigo falou para min da o numero dele mias acho que nao cheguei atempo acho que ele nunca ira vela dnv  .
isa: pode deixa que posso para ela .
zayn:acho que nao presisa ele manda um mensagem avisando brigada:)
isa : foi nada ( e pensei cmg sera q e um dos integrantes da banda dele … gente se fosse meu deus q menina sortuda .. mais da nada ja so de um deles ) beijo zaza vo la ver se ta tudo certo.
Isa off~Nady on 

Eu estava la me divertindo bastante ate que a Seu nome chega em mim e fala que temos que ir embora por que se não a mãe dela fica brava e também disse que tinha um novidade. 

Em quanto isso na casa da Seu nome 

~Vanda (sua mae)on~
Fui no quarto da minha filha umas 20 horas para ver se elas estava com fome ai bati na porto 3 vezes e ela não falava nada ai tentei abri a porta mais estava trancada chamei ela e não respondi depois pensei em abrir com a chave reserva.Fui la peguei a chave e abri a porta com isso vi um bilhete em cima da escrivaninha perto do seu imac  e estava escrito no bilhete :
‘ Mãe eu e a Nady estamos numa festa aqui no quarterão então sei que estou de castigo mais não podia perder por nada te amo by: seu nome’’.
Continuação
Quando li o bilhete da seu nome fiquei um fera pois ela estava de castigo , mais tambem ela adolecente ela tem seu altos e baixos mais vo liga para mae da Nady para ver se ela sabe de alguma coisa peguei o telefone e liguein
~ inicio da ligação~
Eu: Raissa você sabia que a seu nome e a nady tão em uma festa ?
Raissa: Não ela saiu de novo. Meu deus que menina. vanda faz assim elas não vão fazer o intercâmbio vão fica uma semana de castigo por causa disso pode se?
Eu: Ótima idéia então bem acho isso muito … porque elas so querem se divertir sao adolecente isso foi a 2 vez não da nada mais se acontece mais alguma coisa ai podemos arca com o intercâmbio . Tchau
Raissa:Verdade to sendo meio rude mais também a Nady merece mas so vamos citar nao vamos fazer .Tchau e brigada por avisar bjs
~ Fim da ligação ~
Vanda  off ~ Você on 

Voltamos pra casa umas 23:00 obviamente já sabíamos que íamos ficar de castigo mais ai minha mãe disse que íamos fica de castigo por uma semana, pois iríamos para um intercâmbio  dia 20 e de desobedecermos receberemos um castigo e vamos para Londres so dia 1 aff. Não devia te ido nessa festa mais foi bom pelo menos vou conhece alguém legal daqui pouco se ele me manda mensagem e isso foi bom . depois chego uma mensagem no meu celular:
~ inicio da conversa ~
Xxx: seu nome  esse é seu celular ainda ? by El
Eu: Sim El é meu .
EL: Fique sabendo que você fico de castigo e descobri também que você vai faz um intercâmbio pra Londres é verdade?
Eu:Sim EL é verdade só que vos o 1 por que eu e a Nady ficamos de castigo.
El: Nossa que mal Amanda boa sorte pra você beijos 
Eu:ok beijo
~ fim da conversa ~
No dia seguinte…
Acordei com meu despertador tocando loucamente era 9H e fui tomar cafe e minha mae tava me esperando para conversar segurado uma xicara de cafe .
Seu nome: Bom dia mae 
vanda:Bom dia .. que horas voce chegou ontem mocinha 
seu nome: 23 h 
vanda: você estava de castigo mocinha … -voce interompe
seu nome : eu sei mae descupa nao foi por quere mais me chamaram para ir e eu não so chamada para nada
vanda: mais lembra da ultima vez … voce saiu escondido onde voce tinha.
seu nome: era aniversario da leticia e o aniversario foi no show so q voltei cedo por que nao gostava da banda … e tambem por que voce da bronca so em min e nao Gabi 
vanda: a gabi nao apronta nao sai escondido .. ela me pede 
seu nome: se que pensa .. ela ate namora 
vanda: o que??
seu nome: nada ..
vanda: ok entao se voce fazer mais alguma de sair escondido sem me consultar voce nao vai para londres com a Nady 
Seu nome : Nao.. pode se tudo menos isso ..
vanda: Veremos entao.-sai correndo para meu quarto subindo as escadas.
Depois dessa conversa sai falei a nady e anady falo q aconteceu a mesma coisa entao fica meio q trancadas no quarto ate o dia do intercambio .e quando estava na cama meio que desmandando em lagrimas quando chega um mensagem :
‘ oi amanda neh ?? sou o amigo do zayn que tal nos  conversar’’- niall xx
‘oi niall descupa nao to em bons momentos pq acabei de leva um bronca depois nos conversamos ok ??’’
‘que nada bjs e boa sorte ai’ xx    
Então se passaram os dias e eu e minha irma  já esta pronta pra ir para o aeroporto com minha mãe. Chegamos no aeroporto eu e gabs . Vi a Nady do jeito dela sempre de xadrez e all star .Então íamos embarcar para Londres com a Nady  menos minha irma por que ela ia pro canada pra casa da minha prima anny, minha mãe me chamou e falou:
Mãe: Esqueci de te fala sua avó vai estar te esperando no aeroporto por vocês 2. Filha te amo vai com deus e gabi sua tia vai te pegar no aeroporto  ~ disse isso chorando.
Eu: Sim mãe também te amo ~ chorando 
E assim fomos pro avião passou 10 horas. Já tínhamos chegado em Londres fomos pegar as bagagem e alguém colocou a mão em nosso ombro e disse:
Xxx: Vocês 2 são a senhoras oliveira ou senhora ribeiro ?
Euenady: Somos-nos.
Xxx: Ola sou Mike o segurança da sua avó ela não pode vir busca vocês, pois esta trabalhando então ela me ligou para vir buscar vocês e disse também para que eu mostro-se a cidade a vocês. Ok então vamos ?
Euenadye: Ok mais agente só vai ligar para nossas mães para avisar que chegamos bem.
Mike: Ok então estarei esperando vocês na BMW.
Euenady: Ok 
Nos ligamos para nossas mães avisamos que tínhamos chegado bem.E Mike foi mostra a nos a cidade tiramos varias fotos e logo postamos e enviamos para as meninas e chagamos na casa da minha vó:
Quando chegamos minha avó estava na sala e cheguei fui correndo abraça-la e nos 3 ficamos conversando quase 1 hora e depois a Sandra (empregada) foi mostra nosso quartos .Então logo após nos conhecemos nossos quartos fomos descansar uns 15 minutos para dar uma volta pela cidade. Já era 16:30 aqui na Londres e nos fomos tomas o banho e colocamos essas roupas:
Eu: 





seu nome off ~ Nady on 

Quando estavamos andando  derrepente a seu nome esbarra num menino e esquece de falar deculpa pois ficou viajando em seus olhos azuis e enquanto ele falava com ela .ela nem prestava atenção 
XXX: Oii .
Seunome: Oi oi descupa me distrai um poco ^^ 
Xxx: nossa como seus olhos são lindos 
seu nome: (SUSSURO) Seus também .
Xxx: Que ?
Seu nome: Nada : D
Xxx: Sou Niall  e você?
Seu nome: Sou a seu nome  .
niall: Voce nao e aquela amiga do zayn ? q tava na festa da isa ??
Seu nome: como sabe quem eu sou ??? 
niall: é que eu era aquele menino q pediu ora fla com vc 
Seu nome:jura?- fiquei muito envergonhada - mais niall por que aqui em londres??
Niall: sla ne tantas pessoas aqui e esbaro em um que ja estava reparando .
seu nome: er… -ela olhando com uma cara ham ??
niall: nada voce nao vai espernia nada ??
seu nome:por que iria fazer isso? voce nao ta me assaltando eu tentando me manta.. mais por que essas perguntas?
Niall: AA nada nao
Amanda : hm ok
Nady :ERR?? eu exito sabia amanda 
seu nome :essa é a nady.
XXX:err Niall e agente?
Niall: descupa minanas. Esse é o zayn , liam , harry 
zayn : oi seu nome bom revela kkk :)
nady : revela??
zayn: sim conheci ela na festa da isa kk 
harry: entao essa que voce tava tentando arranja pro niall ??
niall: calaboca harry 
seu nome: hamm ?? arranja ?? zayyn..- ela deu tapinhs no ombro do zayn
zayn : descupa ai .. seu apelido
seu nome: … sem comentarios 
liam: hmmm sei em seu nome o niall e meio q te olhava desde ..- interrompi ele 
Nady : bem eu e seu nome presisamos ir vamos comer alguma coisa querem ir?
liam: o agora agente nao pode ir pq temos um compromisso mais depois quem sabe ?
niall: sla passem la em casa umas 18 para comer alguma coisa ou conversar mais .
nady e seu nome: claro :)
Conversamos mais um pouco para saber o enderenço e descobrimos que a casa dele que era ali do lado ( tipo mano ela nem anno menino). Depois nos despedimos e fiquei pensando 
“Nossa o Zayn fica meio que desfarçando olhar e cada vez que eu olha parecia que ele sabia que eu olha e fica que meio dando sorrinhos de lado”.
Mandei uma foto da seu nome conversando com o niall pra gabs e exipliquei tudo e ela me responde:
Gabs: Gente eu não acredito que ela não sabia que ela estava no colo de Niall horan e eu e vc  sabia quem era eles a seu nome nem sabia da existência do one direction ela so ouvia umas 2 ou 3 musicas deles mais nunca procuro sabe deles .
nady: sua irma tb tem cada paixonite…
gabs: so faltava eu conhece o harry aqui  ja que me disseram q ele ia tava no canada …
nady: ai gabs esquece o harry se pode ama ele mais n e pra tanto 

~ Niall on ~
Eu estava conversando com os meninos hoje atarde e der repente um menina de cabelo longos esbarro ne mim e ela ai em meus braços e viajei em seus olhos cor de mel e quando falava com ela , dava risada ,descubri que seu nome era seu nome da festa que conheci atraves do zayn ... Mais o estranho pq em londres ? Conheci a nady uma amiga dela e tive que apresenta os meus menos o harry q tava no canada mais estranho ela n me conhece da one dorection estranho ... Mais tambem  o mundo n gira entorno da 1d ... enquanto eu tava conversando , e tava sabendo mais sobre ela, chega uma mensagem no meu celular bem quando eu iai com ta quem eu era: 
‘’Niall vocês tem que estar no estudio agora ‘’ . Era do Paul (nosso segurança) . trocamos nosso telefones porque convidei elas para irem la em casa ja que chamaram nos pra comer so q tinha um compromisso  . ok tava tudo combina.

Niall off ~ você on 
Quando esbarrei no Niall quando ele me seguro no colo e olhei pra seus olho me perdi e quase pedi a fala quando agente começo a conversa me arrependi de nao te falado com ele na festa da isa mais agora ele ta aqui menos mal ,voltando eu ia começa a conta sobre o Brasil mais ele tinham um compromisso e , depois disso passeamos um pouco e voltamos pra casa .fui usa o computador pra falar com as meninas da novidade. Quando entrei no face vi els estava me chamando : 


Els: seu nome seu nome ...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Last First Kiss - Imagine com Niall

- Você está fazendo tudo errado, seu burro!
- E como é que você sabe?
- Plutão é vermelho, não verde.
- E quem disse? Não faz diferença nenhuma.
- É claro que faz, seu babaca. Verde é Marte.
Niall bufou irritado e revirou os olhos.
- De onde é que você tirou essas coisas? Tanto faz as cores, o importante é pintar.
- Se você prestasse atenção no que eu falo, saberia que eu já pintei Marte de verde – peguei a meia bola de isopor recém pintada e a chacoalhei na frente dele, arqueando as sobrancelhas. Niall deu um sorriso sem graça e molhou o pincel na água, trocando o pote de tinta verde pelo vermelho. – Babaca – eu ri. 
-Se você não tagarelasse tanto, eu prestaria atenção – disse em tom de reclamação, mas havia um sorriso humorado no canto de sua boca. Eu revirei os olhos.
- Quantos planetas faltam?
- Hm, esse e mais um.
- Termine de pintar, eu vou marcar a cartolina.
Levantei da cadeira e fui lavar as mãos na pia. Enxuguei-as com um pano de prato, mas meus dedos estavam tão sujos que alguma coisa acabou ficando nele. Droga, mamãe ficaria uma fera. Voltei ao meu lugar e peguei a cartolina preta. Eu já havia traçado as órbitas com grafite, então só as contornei com uma caneta gel prateada, com extremo cuidado. Nosso trabalho seria o mais lindo. Se o babaca do Niall não fizesse o favor de estragá-lo, é claro.
Comecei colando o sol. Niall tinha cortado todas as bolas de isopor ao meio, porque assim seria mais fácil de colar e, também, porque elas eram grandes. Depois, colei Mercúrio e assim por diante. 
- Você já fez muita coisa, deixa eu fazer – Niall veio com as mãos imundas para pegar a cartolina e eu o impedi com um grito.
-NÃO! Niall, não coloque essas mãos cheias de tinta no trabalho! Vai lavá-las na pia, vai, seu porquinho.
- Foi mal. 
- E lave direito.
- Nossa, você tá uma grossa hoje, Seu Nome.
- Você que é um descuidado. 
- Pronto, já lavei. Com o que enxugo?
- Com sua língua – comecei a rir. Ele as passou nas minhas costas, molhando minha blusa branquinha. Senti minha boca se abrir em protesto.
- Ai, eu não acredito, seu imbecil – Niall deu a volta na mesa com as bochechas vermelhas de tanto rir. – Isso vai ter troco.
- Tô morrendo de medo. Me passa logo o trabalho, anda.
Eu suspirei e virei a cartolina na mesa com cuidado. Niall começou a colar os nomes dos planetas logo abaixo deles e a escrever o pequeno resumo que tínhamos feito sobre cada um. Para não dar brigas, resolvemos revezar. 
Eram quatro horas da tarde quando terminamos o trabalho. Disse a Niall que o guardaria aqui em casa, pois ele era desastrado demais e acabaria o estragando. Ele protestou por um segundo, mas acabou concordando comigo. 
- Tem tinta no seu cabelo, seu babaca – avisei assim que chegamos à calçada.
- Onde? – ele percorreu os dedos pelos fios pretos, olhando para cima como se pudesse enxergá-los. 
- Aqui, ó – levantei o pote de tinta azul que escondia atrás do corpo acima de sua cabeça e deixei o conteúdo cair. Ele arregalou os olhos e me olhou furioso enquanto eu ria vendo a tinta escorrer pelo seu rosto. Saí correndo para o outro lado da rua. Niall veio atrás de mim, atirando o máximo de tinta que conseguia.
- Eu vou te pegar, sua idiota!
E nós gargalhamos, sujos, o resto da tarde.

~*~


Uma semana depois, eu estava de pé junto ao time de futebol mais derrotado de toda a história do Campeonato Interclasse. Eram duas horas da tarde e o campo do colégio estava lotado de pais e alunos.
- Eu duvido que algum de vocês faça um gol.
- Pois eu vou fazer – Niall disse com uma segurança que me espantou.
- Nós vamos ganhar o campeonato – Josh deu aquele sorriso colgate que só ele sabia dar. Suspirei.
- Vocês não ganharam nenhum jogo até agora, como querem ganhar o campeonato?
- Ela está certa... – Zayn disse com desânimo, passando os dedos pelos cabelos da nuca. – Olha só o tamanho deles, são o dobro da gente! 
- Deixa de ser mulherzinha, Zayn – Niall deu um tapa na cabeça dele. – Nós podemos não ganhar o campeonato, mas vamos ganhar esse jogo.
Eu olhei o time adversário, do outro lado do campo. Os meninos eram grandes e fortes e pareciam ser mais velhos. Tinham ganhado a maioria dos jogos. E, na minha frente, eu tinha... Bem, eu tinha um magrelo que cutucava o nariz, um gordinho que não conseguia correr, três patetas que tropeçavam na bola, alguns retardados que não sabiam o que estavam fazendo lá e Josh, Zayn e Niall. Não eram grandes coisas. É, eles iriam perder.
- Bem, boa sorte. Vocês vão precisar. 
O treinador os chamou para o aquecimento. Comecei a andar até a arquibancada.
Seu Apelido? – ouvi Niall chamar e me virei.
- O que foi, bobão?
- Duvida de que eu faço um gol?
Eu ri.
- É claro que duvido.
- Bem... – ele curvou os lábios em um meio sorriso. – E se eu fizer?
- Bom para você, oras!
Niall olhou para baixo por um segundo, coçando a cabeça em seguida. Ele parecia constrangido.
- Se eu fizer um gol, você me da um beijo?
Fui pega de surpresa. Senti minhas bochechas esquentarem imediatamente. Uma risada nervosa escapou de minha garganta.
- Nem sonhando, seu babaca. 
Saí correndo para a arquibancada. Niall já estava no campo quando me sentei ao lado da aluna nova, que estava meio perdida. Ele aquecia com oJosh. Fiquei o observando por algum tempo, me perguntando o que ele teria na cabeça para me dizer aquilo.

O jogo foi bastante previsível. Os meninos estavam perdendo feio de quatro a zero. Josh às vezes ficava nervoso e ia tirar satisfação com o bandeirinha, que ria do jeito dele, assim como nós. Niall era mais durão, ele apontava o dedo na cara dos próprios adversários e saia correndo atrás quando um deles tirava sarro. Enquanto isso, Zayn saia correndo toda vez que o outro time olhava para ele. Ele era desengonçado e medroso, e eu não me surpreenderia se ele fizesse um gol contra apenas para não correr o risco de ter o dinheiro do lanche roubado. 
Mas, nos últimos minutos do segundo tempo, as coisas mudaram. Niall conseguiu interceptar um passe e cruzou o campo com toda a velocidade. Era como se não tivesse ninguém à sua frente. Corria com força, desejo e um sorriso confiante e louco nos lábios. A torcida vibrava mais a cada vez que ele se aproximada do gol. A causa era perdida, mas e daí? Eu sabia o quanto isso significava para ele, para eles, e se era importante para Niall, era importante para mim. Eu me levantei. Senti uma energia estranha dentro de mim. Comecei a gritar o nome dele junto ao resto das pessoas e, de repente, gol! 
Niall saiu correndo pelo gramado com os braços abertos e um sorriso triunfante. Eu pulava de felicidade. Os meninos correram para o abraço e o bandeirinha apitou, indicando o fim do jogo. Eles tinham perdido, mas o que importava? Era o primeiro gol do time deles, e a primeira vez a gente nunca esquece. 
Os olhos dele encontraram os meus em meio à multidão. Eu o aplaudi. Ele esticou um dos braços e apontou o indicador para mim. Seus lábios se moveram em um pra você, babaca. Novamente, senti meu rosto esquentar.
- Quem é aquele, Seu Apelido? – a garota nova perguntou para mim. Eu a olhei e, reprimindo um sorriso, respondi.
- Aquele é um idiota. 

~*~


- Eu estou entediado – Niall disse ao meu lado, deitado no chão da sala.
- Eu também. O que vamos fazer?
- Não sei, não consigo pensar em nada.
- Que novidade – debochei. Ele me deu um soco leve nas costelas. – Quer jogar videogame?
- Não, estou enjoado.
- Andar de bicicleta?
- Não.
- Assistir televisão?
Ele fez uma careta. Bufei.
- Ai, Niall, como você é difícil.
- Já sei o que eu quero.
- O quê?
- Eu quero um beijo.
Eu virei meu rosto para olhá-lo. Ele me encarava com um misto de humor e aflição. Dei um meio sorriso enquanto revirava os olhos, voltando o rosto para frente.
- Pense em uma coisa que você possa conseguir.
Ele riu baixo.
- Ok, ok... Que tal uma corrida até a sorveteria? – eu franzi o cenho.
- E que graça tem isso?
- Quem perder, paga. 
- Não vou gastar minha mesada com você, seu bobão.
Niall levantou e calçou os tênis de qualquer jeito.
- Então me vença, boboca.
E ele abriu a porta e saiu correndo. Levantei no segundo seguinte e percebi que tinha vindo até a casa dele de chinelos. Droga, era horrível correr de chinelos. Sem muita opção e tempo para pensar, saí em disparada atrás dele, totalmente descalça. 
Eu estava a centímetros dele, mas o babaca do Niall era rápido como uma bala. A sorveteria ficava a quatro quarteirões e nós já estávamos no final do segundo. Eu via os cabelos despenteados e espetados dele balançando com o vento e tinha certeza de que ele usava aquele sorriso de louco no rosto. Ele sempre ficava com cara de louco quando corria, era engraçado. Meus pés estavam doloridos, tamanha a força com que batiam no chão frio e esburacado. Algumas pedrinhas pontiagudas dificultaram as coisas para mim. Quando percebi, Niall já havia chegado.
- Você paga, perdedora! Vou escolher o mais caro que tiver – ele pegou o cardápio que estava em cima de uma das mesas, passando os olhos por ele.
- Pago nada, não valeu! – apoiei as mãos nos joelhos, ofegando.
- Claro que valeu, eu cheguei primeiro. Vou querer um sundae duplo de chocolate com chantilly e calda de cereja. 
Eu me sentei na cadeira ainda sentindo meu peito arfar.
- Não valeu, você saiu primeiro – fiz bico. Apoiei um dos meus pés no joelho, avaliando a sola dele. Estava vermelha e cheia de buraquinhos.
- Você veio descalça? – Niall se sentou ao meu lado.
- Eu fui pra sua casa de chinelo. Não ia correr de chinelo.
- Por que não pegou um tênis meu, sua burrinha?
- Porque eu ia perder tempo, seu burrão! – disse como se fosse óbvio.
- Parece feio – ele analisava.
- Só está marcado.
- Está doendo?
- Bastante – torci um canto da boca em sinal de dor. Niall passou os dedos cuidadosamente em meu pé, limpando a sujeira.
- Daqui a pouco passa. Me diz o sabor do seu sorvete que eu pego.
Parei pra pensar. Minha testa se franziu quando percebi que havíamos esquecido o mais importante.
- Você trouxe dinheiro?
- Não, já sabia que você iria perder.
- Ai, seu babaca, eu também não trouxe!
Ele arregalou os olhos.
- Então eu não vou tomar meu sundae duplo de graça? – disparou com incredulidade. Achei aquilo divertido.
- Se deu mal, bobão.
- Você fez tudo de caso pensado, tenho certeza. – Niall disse emburrado, sentando-se novamente. Eu rolei os olhos. Ficamos em silêncio por um momento. – Vamos embora, então.
- Pode esperar mais um pouco? Meu pé está doendo – pedi enquanto o massageava. Ele chegou sua cadeira mais perto da minha e tirou seus tênis. Eu estranhei. Niall pegou minha perna com cuidado e a colocou em cima das suas. Tirou um dos pares do chão e, delicadamente, o calçou em meu pé. Eu tive vontade impedi-lo, mas não consegui, e apenas fiquei o olhando com um pequeno sorriso nos lábios. Ele trocou de pé. Senti alguma coisa crescer dentro de mim e isso fez cócegas no meu coração. Niall era meu melhor amigo em todo o mundo e eu o adorava. Ele era um babaca, mas erameu babaca.
- Pronto, isso vai ajudar – ele me sorriu de um jeito fofo.
- Desculpe não poder comprar seu sorvete. Prometo que te dou um depois.
- Não tem problema, eu nem queria tanto assim.
Eu sorri. Sabia que ele estava mentindo, já que era um eterno esfomeado. Ele me sorriu de volta e me ajudou a levantar. Comecei a rir quando dei o primeiro passo e vi que tinha muito tênis para pouco pé. Niall colocou as mãos nos bolsos do jeans surrado e nós voltamos vagarosamente para casa.
- Posso trocar meu sorvete por um beijo?
- Nem pensar, seu babaca. 

~*~


Eu estava lendo um livro em um banco mais afastado na escola. Na verdade, eu estava matando aula de educação física, nossa última do dia. Conseguia ouvir um barulho de pessoas falando ao mesmo tempo, mas ele estava distante o suficiente para não atrapalhar minha concentração. Infelizmente, Zayn não.
Seu Apelido! Seu Apelido! Graças a Deus eu te encontrei! – ele apareceu exaltado e com a respiração falha. Fiquei assustada.
- Nossa, o que aconteceu?
- Temumabrigalánaquadra – suas palavras saíram emboladas e de uma só vez, e eu não entendi nada.
- O quê?
- Tem uma briga lá na quadra! – ele apontou a direção com o dedo, arqueando as sobrancelhas.
- Ai, menino, eu lá quero saber de briga – respirei fundo. – Quero mais é que se matem, para deixarem de ser babacas.
Zayn balançou negativamente a cabeça, ficando ainda mais nervoso.
- O Niall está no meio! 
Congelei. Meus olhos se arregalaram e senti meu queixo cair. Meu coração disparou. Joguei o livro de qualquer jeito no banco, levantei-me, e nós corremos.
Havia uma roda em volta dos dois, mas não tinha muita gente. Vi Niall levar um soco e se desequilibrar, levando as duas mãos ao rosto. Quando ele se virou para encarar o adversário, eu estremeci. Seus olhos transbordavam ódio de um jeito que eu nunca tinha visto. Ele correu para revidar, mas o outro garoto segurou seu punho e o jogou no chão. Não consegui ver o rosto dele, mas ele era forte, bem forte. Aquelas costas não me eram estranhas. Ele fez menção em se sentar em cima de Niall, com certeza para socá-lo, mas Niall foi mais rápido e o chutou com força nas partes íntimas. O garoto soltou um grito e caiu de joelhos no chão, se contorcendo. Eu aproveitei o momento para correr até Niall, que já estava de pé e se preparava para chutá-lo novamente, e o segurar pelos braços.
- Você perdeu a noção das coisas, seu idiota? – gritei. Ele me olhou assustado.
- Me solte, Seu Nome, eu vou acabar com esse infeliz – ele foi para cima do menino, que gemia no chão, mas eu entrei na sua frente.
- Já chega, Niall, você não vai acabar com ninguém!
- Não vai mesmo – uma voz masculina e grossa soou atrás da gente. Me virei. O diretor estava parado a poucos centímetros e olhava de Niall para o outro menino com seriedade. As pessoas desfizeram a roda rapidinho. – Eu quero o senhor na minha sala agora – ele apontou para Niall e se ajoelhou ao lado do menino, fazendo sinal para um dos faxineiros se aproximar. Foi então que vi seu rosto. Rony Blake. Perigo, para os íntimos. Era o garoto mais valentão do colégio e nem mesmo os professores gostavam dele. Sua ficha criminal era extensa e, não por coincidência, era o arqui-inimigo deNiall. – Ajude-o a andar até a enfermaria, por favor – olhou novamente para Niall e saiu apressado. 
- Por que você fez isso, seu babaca? – o repreendi. Ele me olhou sem uma expressão definida e suspirou, esbarrando fortemente em meu ombro ao sair de perto de mim. Fiquei o olhando se afastar, confusa, pensando o que diabos tinha sido aquilo.

Longos minutos se passaram desde que Niall entrara na diretoria. Eu estava sentada no banco de madeira, encostado à parede dela, abraçando minhas pernas. Não conseguia escutar nada além das batidas apreensivas de meu coração. Eu queria estar ao lado dele e saber o que tinha acontecido. Niall era briguento, mas não saia chutando as partes íntimas das pessoas sem ter um motivo muito bom, disso eu tinha total certeza. E, conhecendo Perigo, eu sabia quem tinha começado. 
Niall, até que enfim, eu estava super preocupada! O que aconteceu? – disparei assim que o vi sair pela porta. Ele tinha uma expressão séria e passou apressado por mim sem ao menos me olhar. Coloquei minha mochila no ombro e peguei a dele (ele a havia esquecido na quadra), correndo para alcançá-lo. – Niall, da pra falar comigo, pelo amor de Deus? – ele me ignorou. – Niall! – segurei com força em seu braço, puxando-o sem delicadeza.
- Dá o fora, Seu Nome, me deixa em paz! Sua idiota – as palavras saíram ríspidas e eu levei um pequeno susto com isso. Ele me olhava com frieza e uma pontada atravessou meu peito. Um nó se formou em minha garganta. 
- O que eu te fiz?
- Nada, e esse é o problema! Até quando eu te defendo, eu não passo de um babaca pra você. Eu sou só um babaca pra você.
- O quê? Não! – comecei a me desesperar. – Você não é um babaca, você é meu melhor amigo, Niall. Eu adoro você.
A expressão dele de repente se suavizou e nós ficamos em silêncio por alguns segundos. Senti minhas bochechas esquentarem. Era a primeira vez que eu dizia isso.
- Me desculpe – sussurrou. Ele parecia arrependido. Eu larguei as mochilas e o abracei. – Eu também adoro você.
- O que aconteceu? – afastei o rosto para olhá-lo. Ele tinha um corte pequeno no canto da boca.
- Aquele filho da mãe passou dos limites.
- Ele te ofendeu?
- Não – franzi o cenho. – Ele te ofendeu.
- O quê?
- Ele te chamou de vadiazinha e eu perdi a cabeça. Não admito que ninguém fale essas coisas de você – ele disse meio envergonhado, desviando o olhar. Reprimi um sorriso.
- Ah, Niall, você não deveria ter brigado com aquele idiota daquele jeito.
- Eu sei, mas meu sangue subiu e eu não consegui não dar um soco nas fuças dele – Niall fechou uma das mãos em punho, nocauteando o ar. Achei graça. 
- Ele não vale a pena. Promete que não vai mais perder a cabeça?
- É só ele não falar de você.
Dessa vez eu sorri abertamente. Niall deu um sorriso de lado e se abaixou para pegar sua mochila. Fiz o mesmo. 
- Sério, eu não quero mais te ver assim, machucado.
- Certamente não verá pelos próximos três dias.
- Como assim?
- Fui suspenso.
Suspirei.
- Bem feito – ele me olhou atravessado e eu comecei a rir. Nós andamos em direção à saída e não pude deixar de completar minha frase com meu xingamento favorito. – Seu babaca. 

~*~


Saí correndo escada acima assim que mamãe me deixou na escola. A mochila pesava em minhas costas, fazendo meus ombros doerem, mas eu não me importava. Apenas corria alegremente pelos corredores como se fosse a única pessoa ali. Quase tropecei nos meus próprios pés ao chegar à sala. Niall estava de pé chutando uma bolinha de papel com Josh.
- Feliz aniversário, seu bobão! – eu o abracei apertado, quase o sufocando. Ele riu, me abraçando de volta.
- Obrigado, bobona. 
- Oi, Josh.
- Oi nada, você chutou minha bola longe!
Rolei os olhos. Ele era outro babaca. Procurei pela mochila de Niall e me sentei na carteira logo atrás. Os dois logo se juntaram a mim.
- Vai à minha festa hoje à noite, né? – Niall perguntou com os olhos brilhando.
- É claro que vou.
- Vai ter bastante comida, não é mesmo? – Josh também tinha os olhos brilhando.
- Minha mãe comprou salgadinho e fez um monte de doces. 
- Eu estarei lá!
- Meu Deus, vocês são dois mortos de fome – ri. O professor entrou na sala.
- Comprou o meu presente, sua bobona? – Niall sussurrou. 
- Quem disse que eu vou te dar presente? – disse fingindo indiferença. Ele me olhou com os olhos semicerrados e sorriu de lado.
- Eu sei que você vai. 
O professor nos deu bom dia e começou a falar. A sala ficou em silêncio por quase uma hora. Eu já não estava mais aguentando ficar com os olhos abertos quando escutei alguma coisa cair em minha carteira, fazendo um pequeno barulhinho. Passei os olhos atentamente pelo local e vi um pedacinho de papel cuidadosamente dobrado. Só poderia ser do Niall. Peguei e abri. 

Me dá um beijo de presente? 

Senti meu corpo esquentar e um leve desconforto se instalar em mim. Mais uma vez, isso fez cócegas em meu coração. Eu não sabia por que ele insistia tanto nesse negócio de beijo. Talvez fosse apenas para me irritar, mas, se fosse, não era exatamente isso o que estava acontecendo. Mordi meu lábio inferior quando, por um momento, eu considerei aquilo. Peguei meu lápis e respondi.

Vou pensar no seu caso. 

Cutuquei-o pelas costas e ele fingiu se espreguiçar, colocando as mãos por trás da cabeça. Depositei rapidamente o bilhetinho em uma delas. Em menos de trinta segundos, ele estava em minha mesa novamente.

Já pensou? 

Ri baixinho, balançando a cabeça.

Tenta mais tarde, seu babaca. 

Cutuquei-o novamente e o ritual se repetiu. Ouvi-o rir baixinho também. As aulas seguintes passaram com metade da turma dormindo, nenhum novo bilhetinho e eu não conseguindo tirar os olhos dos cabelos bagunçados da nuca do menino que estava sentado à minha frente.

O nosso último sinal do dia tocou. Guardei meus materiais na mochila e esperei até que Niall terminasse de fazer o mesmo para sairmos da sala. Josh já havia sumido de vista junto ao Zayn, que chegou uma aula atrasado. Ele tinha desmaiado depois de tirar sangue. Pobre Zayn. 
Seu Apelido, vamos sair pelo portão dos fundos? – Niall perguntou ao ver a multidão que havia ao redor do portão principal. Eu concordei com a cabeça. Nós sempre usávamos a saída atrás do campo de futebol quando não tínhamos paciência para nos enfiar no meio da multidão. Era melhor atravessar o colégio inteiro e sair sossegado. 
Nós fizemos todo o caminho em silêncio. Eu segurava as alças da mochila com as duas mãos, que suavam frio. Estava difícil tirar as palavras do bilhetinho de dentro da cabeça. Droga, o que estava acontecendo comigo? 
- Quer chegar mais cedo lá em casa pra gente jogar videogame? Eu deixo você comer um brigadeiro antes da festa – Niall disse com a voz doce, me fazendo rir.
- Deixa eu comer dois? – ele me olhou divertido. 
- Depende.
Senti minhas bochechas esquentarem e olhei para frente. Minha voz parecia presa à garganta.
- Depende do quê?
- Ei, marica.
Ouvimos uma voz conhecida gritar. Niall e eu nos viramos simultaneamente, vendo a figura sinistra de Rony se aproximar. Ele tinha uma expressão séria no rosto. Eu olhei ao redor e estremeci ao notar que estávamos completamente sozinhos no gramado.
Niall, vamos embora – pedi baixinho, segurando no braço dele. Ele concordou com a cabeça.
- Olha só, se não é a sua vadiazinha...
- Vadiazinha é a sua mãe! – Niall rebateu, juntando as sobrancelhas e dando um passo até ele. Eu o impedi.
- Não faça isso, Niall, por favor.
Perigo apressou os passos.
- Eu tenho duas coisas pra você, mané. A primeira é pelo seu aniversário – dizendo isso, ele deu um soco no rosto de Niall, que se desequilibrou sem cair. Levei as duas mãos à boca.
- Para com isso, Perigo!
Niall arremessou a mochila no chão e se colocou em posição de ataque. Eu procurava por alguém desesperadamente.
- E a segunda é pelo chute que você me deu.
De repente meus olhos não conseguiram mais se mover. Eles ficaram presos ao objeto brilhante e metálico na mão de Perigo. Meu corpo estremeceu e perdeu os movimentos. Eu não consegui respirar. Com um movimento rápido, ele enfiou a lâmina no estômago de Niall.
Eu soltei um grito desesperado. Os olhos de Niall se arregalaram e sua boca se abriu. Seu corpo se curvou quando Perigo retirou a faca e o ouvi soltar um gemido abafado ao ser novamente esfaqueado. Niall levou as mãos até os cortes e caiu de joelhos. Eu corri até ele e o abracei, sentindo as lágrimas quentes escorrerem em meu rosto. Meu coração parecia querer saltar do peito. Perigo tinha fugido.
Niall, fala comigo! Niall! 
O corpo dele ficou pesado e eu o deitei. Seus dedos estavam cobertos de sangue e eu levei minhas mãos até os ferimentos numa tentativa inútil de estancá-los. O sangue não parava de escorrer. O desespero tomou conta de mim e eu não sabia o que fazer para ajudá-lo. Niall gemia de dor e a única coisa que eu via eram as grossas lágrimas inundando meus olhos. 
- Socorro! Alguém me ajuda... Por favor, alguém me ajuda! – eu gritei com toda a força que existia em meus pulmões, e continuei gritando até sentir minha garganta doer. – Niall, fica comigo, por favor... fica comigo, meu menino... – eu passei os dedos ensanguentados pelo rosto agora pálido dele. Ele tentou falar, mas tudo o que fez foi tossir sangue. 
- Minha Nossa Senhora!
Virei meu rosto. Um funcionário estava parado a alguns metros da gente, completamente assustado. Ele tirou o celular do bolso e discou alguns números, correndo até nós ao terminar de falar.
- Meu amigo foi esfaqueado – falei entre o choro. Ele pegou Niall no colo com cuidado e nós corremos até a enfermaria. 
- Jesus amado! – a enfermeira levou as mãos à boca ao ver todo aquele sangue. Eu soluçava sem parar. O funcionário deitou-o na maca e a mulher começou imediatamente seu trabalho. Em pouco tempo, o diretor chegou.
- Meu Deus, o que aconteceu? 
- Foi o Perigo, foi ele quem machucou meu amigo! – gritei. O diretor segurou delicadamente em meus ombros e se agachou. 
Seu Nome, se acalme. Me conte, o que aconteceu com o Niall?
Eu limpei meus olhos, mas as lágrimas continuavam a cair.
- O Perigo o esfaqueou duas vezes e saiu correndo.
Não aguentei. Meus joelhos vacilaram e eu caí, abraçando com força o diretor. Segundos depois, dois homens vestidos de branco entraram na sala e carregaram Niall para a ambulância. Eu tentei ir com eles, mas o diretor me impediu.
- Eu vou ligar para os pais dele e para os seus e nós vamos até o hospital, tudo bem?
Fiz que sim com a cabeça, tentando controlar o choro. A ideia de perder Niall era insuportável para mim. Ele tinha que viver... Aquele babaca tinha que viver. 
Corri para abraçar a mamãe assim que ela chegou ao hospital juntamente com os pais de Niall.
- O Niall, mamãe, o Niall... – ela me abraçou apertado e então eu voltei a chorar.
- Eu sei, meu amor, ele vai ficar bem. Vai ficar tudo bem.
Notei pela voz dela que ela chorava também. Papai estava sentado em um banco ao lado do pai de Niall. Ele havia entrado em cirurgia há alguns minutos. A mamãe dele se sentou ao meu lado e eu me afastei da minha para abraçá-la. Nós soluçamos juntas até que não tivéssemos mais forças para chorar. 

Algumas horas se passaram. Eu estava deitada no banco e olhava fixamente para o chão. Meus pais estavam no banco da frente dando força para os pais de Niall, assim como o diretor. Comecei a pensar em tudo o que já havíamos passado juntos. Seria extremamente injusto se não pudéssemos repetir. Esse pensamento apertou meu coração e uma lágrima solitária escorreu. 
- Vocês são os pais do Niall? – uma voz masculina perguntou. Eu me sentei no mesmo instante. 
- Sim – o pai dele respondeu. O médico soltou um suspiro longo e pesado.
- Ele teve duas perfurações graves. Uma delas atingiu uma artéria. Ele perdeu muito sangue. Nós fizemos tudo o que podíamos – a mãe dele levou uma das mãos à boca e voltou a chorar. Eu perdi o chão. – Eu sinto muito. 
Minha cabeça rodou e senti meu corpo flutuar. Era como se as coisas tivessem ficado distantes e nada daquilo fosse real. Eu não conseguia acreditar que meu melhor amigo estivesse... Oh, Deus, não, não podia ser... Isso não era real... Não podia ser, não podia ser...
Saí correndo em direção à sala de cirurgia. Eu não sabia onde era, mas eu a encontraria. Empurrei algumas portas com força, sentindo um misto de dor, raiva, ódio e profunda tristeza. Algumas pessoas tentaram me segurar, mas eu estava agitada e determinada demais para deixá-las. Corri até o final de um corredor e, à esquerda, vi uma porta branca. Corri até ela e a abri. 
A gente nunca sabe como reagir diante a morte até que ela te obrigue a isso. A gente não espera por ela. E não aceita quando ela vem. Eu não soube o que fazer quando o vi deitado naquela mesa, completamente sem vida. Eu apenas senti meu mundo desabar junto às minhas lágrimas. Foi difícil dar um passo. Mas, quando dei, foi difícil parar.
Era como se ele estivesse dormindo. Meus dedos tocaram sua pele ainda quente e eu fechei os meus olhos com força, apenas a sentindo. Por que isso tem de acontecer? Como uma pessoa está aqui em um minuto e no minuto seguinte não está mais? Por que Deus o havia tirado de mim, por quê? Abri meus olhos. Uma lágrima caiu na bochecha dele. Isso não estava certo. Ele não poderia estar morto, não poderia. Senti meu sangue esquentar e meu peito subir e descer com mais força. Um nó fechou minha garganta. Em um ato de fúria, empurrei a bandeja de instrumentos médicos no chão. Em um de desespero, subi na mesa, deixando Niall entre minhas pernas e segurando com força em seus ombros, o chacoalhando.
-Acorda, seu idiota, acorda, acorda! – gritei com toda a força que tinha. – Levanta dessa mesa, Niall, levanta, você não pode me deixar, não pode morrer, levanta daí, seu babaca, seu idiota, acorda! 
Senti dois braços envolverem minha cintura e me puxarem. Eu comecei a gritar em protesto e a chutar o ar com os pés enquanto era levada para fora da sala. Ouvi algumas vozes masculinas, mas não me atentei a elas. Como poderia? Meu rosto estava completamente molhado. Quando fui colocada no chão, saí correndo para a mesa novamente. Alguém tentou me pegar, mas dei socos e chutes até que conseguisse me libertar. Com um pulo eu me deitei em cima de Niall, abraçando-o como podia e chorando sem nenhuma vergonha. 
Eu sabia que tinha gente me olhando, mas eu não me importei. Ninguém tentou me tirar de lá. Eu puxava os cabelos dele com força, chorando como nunca havia chorado em toda a minha vida. A dor que esmagava meu peito era horrível e eu cheguei a pensar que fosse morrer também. Não sei por quanto tempo fiquei assim, mas quando levantei minha cabeça, já mais calma, não havia ninguém lá. 
Passei um tempo olhando seu rosto. Meu coração falhou quando lembrei que dia era hoje. Era o dia do aniversário dele. Isso era tão injusto... Me ajeitei em seu corpo. Deixei minha cabeça cair em seu peito imóvel e fiquei assim por alguns minutos. Eu chorei em silêncio até sentir uma mão encostar suavemente em minhas costas.
- Eu sinto muito, meu amor – a voz doce de papai entrou em meus ouvidos. Levantei a cabeça para olhá-lo.
- Por que, papai, por que ele? Ele não podia morrer, não podia...
- Eu não sei, Seu Apelido, mas você não pode ficar aqui.
- Eu não quero ir embora.
Ele suspirou. Seus olhos estavam avermelhados.
- Eu sei, mas você precisa. Eles não vão deixá-lo aqui por muito tempo.
- Eu quero ir com ele, papai. 
- Não diga isso, meu amor – eu me levantei e o abracei. Papai me tirou de cima da mesa e se agachou. – Sabe de uma coisa? Não importa onde você esteja, o Niall estará sempre com você – concordei com a cabeça. Nada daquilo ainda fazia sentido para mim. Papai me pegou pela mão e nós começamos a caminhar para fora da sala. Quando chegamos à porta, eu parei.

Me dá um beijo de presente?

- Papai, você pode me esperar lá fora? Eu prometo que não demoro.
Ele me deu um olhar triste e o estendeu a Niall, me respondendo com um sorriso. Eu encostei a porta assim que ele saiu e andei de volta até a mesa. Só havia uma última coisa que eu poderia fazer. Eu devia isso a ele.
Na pontinha dos pés, levei meu rosto até o dele. Meus dedos acariciaram seus cabelos macios e eu fechei os olhos. Meus lábios roçaram levemente os dele e, então, eu o beijei.

- Eu te amo, seu babaca.